Em 1943, um concurso cultural na Rádio Mantiqueira intrigava os ouvintes de toda a região de Cruzeiro: a nova torrefação da cidade pedia a opinião dos cidadãos para a escolha de seu nome. Idealizados e criados por Lauro Garcez Novaes, e envolvidos pela torcida dos votantes, nascemos ao pé da Serra da Mantiqueira para prosperarmos por muitos anos.

 

Lauro era um legítimo empreendedor que se utilizou das suas experiências passadas no comércio para fundar seu negócio familiar. Sua paixão pelo café e a vontade de entregar um produto de qualidade aos cruzeirenses foram tão intensas, que iniciaram uma busca interminável por entregar um produto cada vez melhor para mais pessoas, tornando-se a nossa razão de existir.

 

Os momentos históricos e comerciais foram muitos, e os desafios cada vez mais estimulantes. Nos primeiros anos de negócio, nas décadas de 40, 50 e 60, ainda não haviam supermercados na cidade, e assim o café moído na hora era a única variedade vendida. Assim, a concorrência era disputada apenas entre os cafés regionais e era encarada com empatia. O vínculo com os consumidores era mais afetivo e próximo do que nunca. Esse foi, então, um tempo de expansão e aprofundamento no relacionamento com todas as pessoas que compravam e apreciavam nosso café.

 

No fim da década de 70, os supermercados se instalaram nas cidades e nós, junto aos cafés regionais, fomos encarados de frente pelas grandes marcas, que traziam um produto de qualidade inferior a baixíssimos preços, apoiados no marketing de massa. Nessa fase, toda a fidelidade de nossos consumidores nos mantiveram fortes para preservarmos nossos valores e, é claro, a qualidade superior na categoria popular. Seguindo as exigências dos mercados, nos modernizamos com empacotadoras semiautomáticas e, mais tarde, automáticas. As adequações administrativas e de marketing também entraram em vigor, e isso nos colocou em uma nova era: a da tecnologia.

 

Muitos anos se passaram, e a modernização foi exigida continuamente pelas necessidades comerciais. A tecnologia nos conectou a muitos conhecimentos, mas nunca nos desconectou de quem somos. O mais curioso de todo esse ciclo foi a permanência do senso de qualidade e afetividade de nossos queridos consumidores, que em sua maioria nunca abandonaram o café moído na hora, nem o nosso nome. Atualmente, estamos na administração da quarta geração da Família Novaes, e a vontade de unir as inovações com a qualidade e acessibilidade do bom café só se fortalece.

 

Hoje, continuamos nossa história trazendo, principalmente, conhecimentos técnicos que atendam a 3ª onda do café e refinando nossos processos produtivos. Nos focamos também em trazer um resgate do valor cafeeiro que o Vale do Paraíba, a região que pertencemos, possui e a valorização do que é local. Somos muito gratos por toda nossa história de resistência, dedicação e partilha, afinal não se constrói 80 anos de história sozinho, não é mesmo?